Ah os sonhos

Eles insistem em nos enganar

Irritar

Magoar

Lembrar

Trazer desejos escondidos

Enterrados nas profundezas

Dos corações

Alma

Ah sonhos!

Invenções descabidas

Vontades recalcadas

Insinuações mal lembradas

Desejos

Adormecidos na mente

Vêm nas noites escuras

E fazem o peito arder em chamas

Chamas fulminantes

Que chegam avassaladoras

Tenta-se esquecer

Tentativas vãs, pois

Os sonhos trazem de volta

Te tiram o sono

Te viram a cabeça

Destroem barreiras

Constroem o impossível

E as lembranças vem e vão

Na velocidade da luz

No lapso da memória

No traço da vida

E fazem a própria vida

Virar sonho 

Canela & Emanuelly 

Guarda-me na tua canção

Na tua indecisão

Nos teus perigos

Teus castigos

Leva-me nessa tua inquietude

Nos teus passos

Na tua cabeça

Tenho pressa

Um coração sem vergonha

Pisado e amargurado

Cheio

Embriagado

Vejo-me na tua canção

Sinto-me nos teus braços

Ponho-me a cantar

Vida, vida minha

Cuidado

Vá devagar!

~ Canela 

Dias e dias

Quilômetros

Me afastam de ti

Distância que

Estraga meu coração

À beira da estrada

Procurando alguém

Que me leve até você

Passam por mim,

Nem os vejo,

Não tenho voz

Para gritar

Que me levem

                                        [a algum lugar]

Onde deveria estar

~  Geane M. Canela

Aqui ainda se ouve o canto dos pássaros

Ainda se pode andar a lentos passos

Meu lugar, meu lar...

Que um dia vai acabar

Ainda se conversa nas calçadas

Ainda pode se dar boas risadas,

Meu lugar, meu lar...

Que um dia vai acabar

Ruas paralelas

Portas e janelas

Um dia desaparecerão

Deixando marcas de solidão

Meu lugar, meu lar...

Que um dia vai acabar

 ~  Geane Canela

Anjos ingênuos

Nas calçadas imundas da vida

Imersos num abismo sem saída

Medos

Barreiras

Erros

Anjos ingênuos

Vivendo de ilusão

Sem esperanças

Sem destino

Anjos ingênuos

Sozinhos

Nas calçadas dessa vida profana

Nos becos escuros

Nas ruas ocultas

São apenas

Escórias da sociedade

~  Geane  

Acaso do destino

Passageiro

Deixando saudades

Feridas incuráveis

Marcas

Lembranças que nunca mais

Serão esquecidas

Os beijos

Os abraços

Carícias que te causaram arrepios

Apenas na memória

É assim que se vive

Sofrendo sem motivos

Sem cometer deslize

Nunca mais

 ~  Geane Canela 

A mesma lágrima

A mesma dor

Dois corações

                Feridos

Dois corpos

                Distantes

Um toque

                Vazio

Apagar a tua ausência

Que ainda habita em mim

Sentimentos à tona

Expressos em poemas

Cartas

Lembranças

Que só o trazem a mim

~  Geane Canela 

A busca pela proteção excessiva

Acaba por fazer-nos fechar portas

Ficando trancados num mundo vazio

Sentindo gostos

De saudade

Angústia

Meu coração bateu as portas

Correu e fechou todas as suas janelas

A única coisa que passa é a poeira

Trazida pelo vento

O Cravo abandonou a Rosa

E Ela, na pressa de esconder-se,

Fechou-se em seus espinhos

Até o momento em que alguém se sentir

Corajoso o suficiente

Para ousar arrebentar 

Os cadeados do coração da Rosa

Rosa que perdeu o brilho

O cheiro

A cor

Rosa carente

Que agora

Tem medo de amar.

~  Geane Canela

Caminhos cruzados,

Destino

No trem da vida,

Errante

Vida baseada em sonhar

Mas não há vaga para sonhos

{Nem tempo}

Até peço perdão

Proteção

Contra as agonias do coração

Das manobras dessa vida

Crimes

Castigos

Martírios

Amores

                        {Nossos Vícios}

 ~ Geane Canela 

Você tem dinheiro
Eu tenho alegria
Sou escrava da felicidade
E você dá hipocrisia

 Nessa vida apertada
Curta pra se esperar
Eu aqui
Você aí
Sem saber onde quer chegar

E a vida passando pela janela
Enquanto você fica
Bobo
Pensando nela.
A espera de um romance
E de outro, outro
E alguns mais
Ela vai passando
Se derretendo em poemas
E você ficando atrás

~ Geane Canela

Nem todo sorriso representa felicidade. Essa tal felicidade é passageira, repentina. É como aquela brisa leve que te faz flutuar, mas logo passa. É como aquele momento em que você, feito criança boba, olha as nuvens e imagina alguém. É como o pássaro que, inocente, voa ao seu ninho sem notar a presença de um caçador. É quando você olha para o passado, pensa no que fez, naquilo que se concluiu, se concretizou através do tempo.

Tempo é o que nos consome, o que nos tira o ar, a inocência, a leveza. Tudo depende dele: o trabalho, o prazer, a realização da alma, o alimento (do corpo e do espírito). Tempo que pode te levar ao amor.
Mas o que é amar? É sentir os pés fora do chão? É ficar bobo e sem jeito? É pensar num ser sempre?
Não sei. Ninguém explica.
Se encontrarmos quem possa responder a essas questões, esse amor já não existirá. A beleza está no inexplicável, e toda forma de amar é amor. Todo amor tem em sua essência o quesito felicidade, e o tempo, por natureza, os consome. Assim, sem maldade.


Mas não sabemos como sentir essa tal felicidade.

Meu poema
Está no brilho de um olhar
Na folha que vejo voar
Está na luz do dia
Na esperança de viver
No entardecer
Meu poema, meus senhores,
Tem vida própria
Tem cheiro, cor
Meu poema tem som
Ele é feito de amor

~ G. M

Detalhes

O olhar de alguém

[Que acende uma paixão]

Um sorriso

[Que te leva às curvas da boca]

A reparar as curvas

[Do corpo]

Afim de adentrar aquela estrada

Percorrer caminhos desconhecidos

Lugares não vistos

Sabores não sentidos

Amores não vividos

Uma coisa ali

Outra aqui

 [Detalhes]

Que compõem a vida

Que modificam o amor

~ G. M

...

Ao abrir os olhos e olhar-me no espelho, observo um corpo jovem, porém, já cansado das batalhas da vida. Aliás, comparo essa tal vida a uma montanha, a qual você tem de escalar diariamente. Começa-se a subir e tudo vai bem, até que vem o primeiro deslize, nos fazendo voltar ao ponto de partida. o primeiro pensamento que vem à mente é o de desistir. É estranho, entristece, mas é só a vida nos mostrando mais uma lição. A lição de que se você olhar muito para os lados e observar as malícias propostas pelo mundo, você pode cair.
Começa-se então uma nova subida, agora mais experiente e com o olhar fixo num propósito: chegar ao fim da tal montanha. Mas, novamente, quando se está próximo ao topo, vem a queda, acompanhada do cansaço das lutas e, mais uma vez, a vida te derrubou para poder te ensinar. Então você decide começar uma nova escalada, utilizando-se dos aprendizados trazidos pela vida. Aprende a subir a montanha, consciente de seus atos e quando chega ao topo, percebe que já não existe mais. A vida desfez-se, desfez você.

                                                                                                                               ~ Canela

Aqui ainda se ouve o canto dos pássaros

Ainda se pode andar a lentos passos

Meu lugar, meu lar...

Que um dia vai acabar

Ainda se conversa nas calçadas

Ainda pode se dar boas risadas,

Meu lugar, meu lar...

Que um dia vai acabar

Ruas paralelas

Portas e janelas

Um dia desaparecerão

Deixando marcas de solidão

Meu lugar, meu lar...

Que um dia vai acabar 

Ainda Persiste

Ainda não esqueci o gosto

Do teu beijo

Ainda lembro

Do teu corpo quente

[Em mim]

Das tuas mãos macias

Sobre meu corpo

A constante lembrança

Dos teus lábios nos meus

Insiste em me tirar o sono

Magoar

Enlouquecer

Assumo, ainda o amo

Você se foi

Caí

Sofri

Chorei